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Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008

Acreditar ... ou não !

Á partida acredito em tudo até me provarem o contrário, talvez fosse mais facil duvidar de tudo até me provarem o contrário, mas não sou perfeito longe disso... Quero contar-vos o meu dia de hoje ... Acordei ás 05:00 da manhã para ir trabalhar, deixei-me dormir só voltei a acordar ás 05:40 outra vez ... o banho foi á pressa e a barba foi feita quase a seco... detesto atrasar-me fico com a sensação que já nada irá correr bem durante esse dia, chamei um taxi para ir para o trabalho, no caminho  a conversa foi a mesma de sempre ... o tempo, o frio ... o Socrates etc...

A manhã correu normalmente até que entrou na loja uma senhora já velhinha, entre os 70 e os 80 anos talvez, apoiada numa bengala andando muito devagarinho. Nunca tinha visto a senhora, mas vi que a minha colega já a conhecia e dirigiu-se a ela perguntou-lhe logo se ela tinha fome e queria comer alguma coisa... aquilo fez-me alguma impressão, a senhora lá se sentou á espera do pequeno almoço que a minha colega pagou, eu puxei de uma nota de 10 euros e disse-lhe ... toma, dá isto á senhora, a minha colega recomendou que ela talvez preferisse qualquer coisa para levar para casa para poder comer quando tivesse fome, assim foi paguei á velhinha uns pacotes de leite, latas de salsichas, cereais ... essas coisas.

A minha colega meteu conversa com a senhora e perguntou-lhe o que andava por ali a fazer, a velhinha respondeu que tinha vindo ao medico, vinha de uma terra a cerca de 30 km de distancia e que tinha vindo á boleia ... fiquei parvo, meu deus, uma velhota de 80 anos á boleia na estrada não é uma visão muito fácil de aceitar. Perguntámos então como iria para a sua terra, ela lá nos disse que se ia por na rotunda mais abaixo a pedir boleia, eu nem queria acreditar, só pensava que aquilo não estava a acontecer. Confessou que se arranjasse algum dinheiro ia de autocarro. Perguntei-lhe se não tinha ninguem que a pudesse ajudar, disse que o filho ja tinha falecido e que a filha estava longe dela, demos os 2 sacos com as compras á velhota, e por esta altura já me custava suster as lagrimas . Perguntei , então e a segurança social não a ajuda ? Ao que a senhora respondeu que tinha uma reforma de 150 euros e só em medicamentos pagava 70 euros por mês ... tinha a sorte de não pagar renda pois a casa era do seu falecido pai ... insisti com a segurança social ao que ela respondeu j á la fui 2 vezes, e não me ajudam.

Eu estava ... eu nem sei como estava, mas já pensava mal de toda a gente que tem algum poder neste pais e deixa passar estas situções em claro. Senti-me mal ... e disse para a minha colega ... olha eu aqui todo preocupado em como arranjar 2000 euros para comprar uma maquina fotografica e agora vejo e oiço isto ... Mais uns minutos de conversa com a senhora sobre ir á segurança social ou alguma outra instituição e lá nos disse que ia vendendo uns livros do seu falecido filho que tinha sido poeta, perguntei-lhe se podia ver, abri o livro já velho e amarelado pelo tempo, algo sujo e gasto com o cheiro caracteristico a papel envelhecido, li alguns dos versos e aí já não aguentei... vieram-me as lagrimas aos olhos ali á frente de toda a gente.

Passando á frente lá me recompus mais ou menos ...fui ao multibanco levantei 20 euros e perguntei a senhora o preço dos livros ao que ela respondeu 5 euros , comprei-lhe 2 e disse-lhe tem aqui mais 10 euros para si ...a senhora agradeceu e lá me voltaram as lagrimas aos olhos mais uma vez. Agarrei nos livros e reparei que tinham uns papeis dentro, um era uma foto do falecido filho da senhora ... e eu perguntei logo se ela nao queria ficar com a fotografia, ao que a senhora respondeu , não não ... faz parte do livro e não paga mais por isso. Os outros papeis eram fotocopias dos documentos da senhora, dei-lhos e enquanto o fazia disse-me que quando tinha ido a um hiper-mercado lhe tinham roubado o saco com os documentos e desde ai que andava com fotocopias ... eu nem queria acreditar, quem teria a coragem para roubar uma velhinha que valores poderia aquela mulher cansada que valessem a pena roubar ?

 Que raio de mundo este ... e que raio de país este que anda de olhos tapados e só quer saber de leis de tabaco, de cimeiras, de tratados, de acordos ... Entretanto chegou a hora de almoço, fui para a rua fumar um cigarro levando o livro para ler mais uns versos, vi a senhora sair e ir á sua vida ... pedindo dinheiro a mais alguns clientes que por ali se encontravam. Voltei ao trabalho e entretanto chegou outra colega á qual contei o que tinha sucedido naquela manha ... ao que ela respondeu algo parecido com , se te descuidas tem mais dinheiro que nós todos juntos, eu nem quis acreditar ... e enquanto ouvi a explicação, só dizia a mim proprio que nao podia ser verdade, supostamente a senhora tinha dinheiro e fazia aquilo por fazer.

Sai do trabalho com aquilo na cabeça, mas pensei ... olha deixa já está seja verdade ou nao fizeste o que tinhas que fazer. Cheguei a casa equipei-me, peguei na bicicleta para ir fazer uns quilometros , e lá fui. Passei perto de um hiper-mercado e lá estava a senhora no parque de estacionamento a pedir, quase que fui ter com ela ... mas não tive coragem, ...afinal como se confronta alguem com 80 anos numa situaçao destas ? Como se pergunta a uma pessoa de 80 anos se nos mentiu ou não ... enfim, lá segui 

Voltei a casa e falei com a minha mãe que tem familia na terra de onde a senhora dizia ser ... e a resposta foi ... oh filho não podes ser assim ... essa velhinha que viste hoje anda a pedir para o neto que é toxico-dependente . O neto leva a avó de carro para a cidade e ela anda a pedir um dia inteiro para ele, é um chulo !

Não vou alongar mais este relato ... comentem, porque eu nem sei o que pensar de tudo isto.


jmack

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Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008

Para comentar nº 6









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Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008

Amei-te





      

Amei-te
quando o mundo era frio
e eu acreditava que derrubaria muros
e montanhas
e tinha a força dos poemas
e a secura dos desertos
Amei-te quando os prados secaram
de tanto verão
e as aves morriam
dentro de mim
e os serões eram enormes
de espera e abandono e solidão
Amei-te no desassossego da mudança
quando abrir o meu coração
era uma navalha
um suplicio
e quando o meu mundo
se sobresaltou
na incerteza dos sentidos
Amei-te nas horas passadas
sozinha noutros lugares
debruçada noutras janelas
E amo-te agora
quando te arranco de mim
em cada dia que passa
e quando morro
em cada gargalhada
e quando devagar
cumpro o ritual do adeus.

Teresa Cuco ( lugares de mim )





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Dolphins cry




Live - Dolphins cry


The way you're bathed in light
Reminds me of that night
God layed me down into your rose
Garden of trust
And I was swept away
With nothing left to say
Some helpless fool yet I was lost
In a swoon of peace
You're all I need to find.
So when the time is right.
Come to me sweetly, come to me.
Come to me.

Love will lead us, alright
Love will lead us, she will lead us
Can you hear the dolphin's cry?
See the road rise up to meet us
It's in the air we breathe tonight
Love will lead us, she will lead us

Oh yeah we'll meet again,
It's like we never left
Time in between was just a dream
Did we leave this place?
This crazy fog surrounds me
You wrap your legs around me
All i can do to try and breathe
Let me breath
So that I
So we can go together

Love will lead us, alright
Love will lead us, she will lead us
Can you hear the dolphin's cry?
See the road rise up to meet us
It's in the air we breathe tonight
Love will lead us, she will lead us


Life is like a shooting star
It don't matter who you are
If you only run for cover, it's just a waste of time
We are lost 'till we are found
This phoenix rises up from the ground
And all these wars are over

Over, over, la la la la la la la
Over,
Come to me,
Come to me,
Yeah la la la la la la la
Come to me

Love will lead us, alright
Love will lead us, she will lead us
Can you hear the dolphin's cryin'?
See the road rise up to meet us
It´s in the air we breathe tonight
Love will lead us, she will lead us

Life is like a shooting star
It don't matter who you are
If you only run for cover, it's just a waste of time
We are lost 'till we are found
This phoenix rises up from the ground
And all these wars are over, over, over, over

Love will lead us, alright
Love will lead us, she will lead us
Can you hear the dolphin's cry?
See the road rise up, to meet us
It's in the air we breathe tonight
Love will lead us, she will lead us
Love will lead us, alright
Oh yeah
Love will lead us, she will lead us
Love will lead us, alright
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Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008

Um abrigo

Voltei a entrar numa fabrica abandonada que descobri um destes dias, já lá tinha estado antes, mas meio á pressa com receio de ser apanhado por algum segurança ou algo do género. Desta vez fui directo ao sitio onde tinha ficado na ultima visita ao local ... existem uma série de divisões enormes todas vazias, á excepção de uma, e qual nao foi o meu espanto quando ao empurrar a porta me deparei com este triste e decadente cenário ... devo confessar que não tinha pensado muito nisto, é claro que imaginava que pessoas fossem a este sitio, havia sinais disso, mas nao esperava nada assim, compreendi que o sitio fica vazio durante o dia mas de noite é habitado por gente há procura de um abrigo. Não consigo descrever muito bem a sensação que me invadiu no momento em que entrei ali, um misto de mal estar, medo e mais coisas para as quais nem tenho nome... 

Ali, naquele sitio, entre centenas de pacotes de vinho vazios... entre milhares de beatas de cigarros, entre estranhos recipientes brancos que parecem ser de comida ... entre todo o lixo que possam imaginar... há colchões onde durante as noites dormem pessoas, seres humanos como os restantes de nós. Mais uma vez me veio  á cabeça o pensamento de sempre, que problemas tenho eu ... comparando com a vida desta gente. Mas não pensei muito nisto, a sensação de desconforto foi-se tornando maior e tinha que sair dali, uma sensação de estar a invadir a casa de alguém sem pedir licença mas mesmo assim fotografei. Percebi que mudavam os colchões de sitio de tempos a tempos depois de ver os contornos rectangulares feitos a lixo no chão no sitio onde se encontravam antes. Sacos de pão ainda por abrir mas já bolorentos ... garrafas, sapatos, roupa ... latas e aqueles estranhos recipientes brancos ... por todo o lado.

Tive que sair dali e foi só depois de ter visto aquele cenário macabro mas bem real, que percebi que podia mesmo encontrar alguém ali, alguém que não gostasse de me ver ... ou alguém perigoso ou que simplesmente nao me quisesse lá..., inconscientemente dei comigo a evitar fazer barulho, cheguei a caminhar em bicos de pés para não fazer ruido ao pisar os vidros espalhados pelo chão. Não consegui deixar de olhar em volta, senti-me observado ... mas quase de certeza nao havia ali ninguem a não ser eu ... era apenas mais uma sensação. Saí com cuidado e já de longe á luz dos ultimos raios de sol ... olhei para aquela fábrica abandonada transformada em abrigo de gente que não o tem. Por não se querer ver uma coisa ou pessoa ela não desaparece ... continua a existir.

Clicar nas fotos para ver maior


 vinho


comida


colchões


beatas


espaço


colchão


guarda-chuva


colchão


colchão


contorno

jmack
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