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Terça-feira, 19 de Agosto de 2008

Não morras antes de mim ...

 

 

 

 

 


A noite abre o seu colo
O nome da criança é solidão
Está gelada e imóvel
Eu choro suavemente no tempo
Eu não sei qual é o teu nome
Mas eu sei que tu existes
Eu sei que algum dia
Alguém me irá amar

Vem ter comigo todas as noites
Não há palavras por dizer
Com as tuas  mãos em torno do meu pescoço
Eu fecho os  olhos e faleço

Eu não sei quem  és
Mas existes nos meus sonhos
a tua paixão é um beijo
  a que eu não posso resistir

Eu espero aqui
Não morras antes de mim
Eu espero aqui
Não morras antes de mim

Eu não sei quem  és
Eu sei que tu existes
Não morras
As vezes o amor parece tão distante
Eu espero aqui
  Não posso rejeitar o teu amor
Eu espero aqui

Todas as casas estão cobertas de neve
E a luz das velas nas janelas
Eles repousam  juntos
E eu ...
Eu apenas espero por ti

Eu espero aqui
Não morras antes de mim
Eu espero aqui
Não morras antes de mim

Eu não sei quem  és

Mas sei que existes
Não morras
As vezes o amor parece tão distante
Eu espero aqui
Não posso rejeitar o teu amor

Não morras antes de mim

 

 

Rammstein






Nota : A tradução é minha pode não ser a mais correcta.
 
 
 
 
 

 

 

 

 


deixado aqui por J.C. às 14:45
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Terça-feira, 22 de Abril de 2008

Pensei morrer









Pensei morrer, senti de perto o frio,
e de quanto vivi só a ti eu deixava:
tua boca era o meu dia e a minha noite terrestres
e a tua pele a república fundada por meus beijos.

Nesse instante acabaram os livros
a amizade, os tesouros sem trégua acumulados
a casa transparente que tu e eu construímos:
tudo deixou de ser menos os teus olhos

Porque o amor, enquanto a vida nos acossa
é simplesmente uma onda alta sobre as ondas
mas ai quando a morte nos vem tocar á porta

Só existe o teu olhar para tanto vazio,
só a tua claridade para não seguir sendo,
somente o teu amor para encerrar a sombra.


Pablo Neruda






deixado aqui por J.C. às 04:30
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Sábado, 26 de Janeiro de 2008

quando eu morrer








Quando eu morrer

Quando eu morrer, não digas a ninguém que foi por ti.
Cobre o meu corpo frio com um desses lençóis
que alagámos de beijos quando eram outras horas
nos relógios do mundo e não havia ainda quem soubesse
de nós; e leva-o depois para junto do mar, onde possa
ser apenas mais um poema - como esses que eu escrevia
assim que a madrugada se encostava aos vidros e eu
tinha medo de me deitar só com a tua sombra. Deixa

que nos meus braços pousem então as aves (que, como eu,
trazem entre as penas a saudades de um verão carregado
de paixões). E planta à minha volta uma fiada de rosas
brancas que chamem pelas abelhas, e um cordão de árvores
que perfurem a noite - porque a morte deve ser clara
como o sal na bainha das ondas, e a cegueira sempre
me assustou (e eu já ceguei de amor, mas não contes
a ninguém que foi por ti). Quando eu morrer, deixa-me

a ver o mar do alto de um rochedo e não chores, nem
toques com os teus lábios a minha boca fria. E promete-me
que rasgas os meus versos em pedaços tão pequenos
como pequenos foram sempre os meus ódios; e que depois
os lanças na solidão de um arquipélago e partes sem olhar
para trás nenhuma vez: se alguém os vir de longe brilhando
na poeira, cuidará que são flores que o vento despiu, estrelas
que se escaparam das trevas, pingos de luz, lágrimas de sol,
ou penas de um anjo que perdeu as asas por amor.

Maria do Rosário Pedreira


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deixado aqui por J.C. às 01:01
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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007

Pudesse eu morrer hoje como tu me morreste nessa noite







Pudesse eu morrer hoje como tu me morreste nessa noite-
e deitar-me na terra; e ter uma cama de pedra branca e
um cobertor de estrelas; e não ouvir senão o rumor das ervas
que despontam de noite, e os passos diminutos de insectos,
e o canto do vento nos ciprestes, e não ter medo das sombras,
nem das aves negras nos meus braços de mármore,
nem de ter perdido - não ter medo de nada. Pudesse

eu fechar os olhos neste instante e esquecer-me de tudo-
das tuas mãos tão frias quando estendi as minhas nessa noite,
de não teres dito a única palavra que me faria salvar-te, mesmo
deixando que eu perguntasse tudo; de teres insultado a vida
e chamado pela morte para me mostrares que o teu corpo
já tinha desistido, que ias matar-te em mim e que era tarde
para eu pensar em devolver-te os dias que roubara. Pudesse

eu cair num sono gelado como o teu e deixar de sentir a dor,
a dor incomparável de te ver acordado em tudo o que escrevi-
porque foi pelo poema que me amaste, o poema foi sempre
o que valeu a pena ( o mais eram os gestos que não cabiam
nas mãos, os morangos a que o verão obrigou); e pudesse

eu deixar de escrecer nesta manhã, o dia treme na linha
dos telhados, a vida hesita tanto, e pudesse eu morrer,
mas ouço-te a respirar no meu poema.

Maria do Rosário Pedreira




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deixado aqui por J.C. às 00:31
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