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Segunda-feira, 6 de Outubro de 2008
Quarta-feira, 14 de Maio de 2008
Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008
A Morte Absoluta
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."
Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.
Manuel Bandeira
Sábado, 5 de Janeiro de 2008
O que diz a MorteDeixai-os vir a mim, os que lidaram; Deixai-os vir a mim, os que padecem; E os que cheios de mágoa e tédio encaram As próprias obras vãs, de que escarnecem... Em mim, os sofrimentos que não saram, Paixão, dúvida e mal, se desvanecem. As torrentes da dor, que nunca param, Como num mar, em mim desaparecem. Assim a Morte diz. Verbo velado, Silencioso intérprete sagrado Das cousas invisíveis, muda e fria, É, na sua mudez, mais retumbante Que o clamoroso mar; mais rutilante, Na sua noite, do que a luz do dia.Antero de Quental
Terça-feira, 1 de Janeiro de 2008
MORS LIBERATRIXNa tua mão, sombrio cavaleiroCavaleiro vestido de armas pretas,Brilha uma espada feita de cometas,Que rasga a escuridão, como um luzeiro.Caminhas no teu curso aventureiro,Todo envolto na noite que projectas...Só o gládio de luz com fulvas betasEmerge do sinistro nevoeiro.- «Se esta espada que empunho é coruscante(Responde o negro cavaleiro andante),É porque esta é a espada da Verdade:Firo mas salvo... Prostro e desbarato.Mas consolo... Subverto, mas resgato...E, sendo a Morte, sou a liberdade.»
Antero de Quental